UMA GERAÇÃO PRÓDIGA
Precisamos regressar aos braços
de nosso Senhor tal como o filho pródigo voltou para os braços de seu pai.
Jesus ao contar-nos esta parábola, nos mostrou como temos enorme facilidade de
nos distanciarmos de sua vontade. Basta um pouco de insatisfação pessoal e
inexperiência espiritual para que passemos a pensar que não precisamos mais da
ajuda de Deus. Podemos aqui entender que aquele filho mais moço tinha tudo o
que precisava, mas não compreendia o valor do que possuía. Seu pai, segundo o
texto, era um fazendeiro bem sucedido, pois tinha sobre seu comando muitos
empregados. Mas, seu filho mais moço já não estava satisfeito com o fato de ter
uma vida tranqüila e confortável ali na fazenda. Ele já não suportava o cheiro
do campo e dos animais. Ele já não servia bem ao seu pai. Ele já não queria
trabalhar. Ele já não suportava ver todos os dias o rosto de seu pai e seu
irmão mais velho lhe dizendo o que fazer. Ele queria independência. Ele queria
experimentar fazer as coisas de seu próprio jeito. Então, sem mais delongas,
aquele garoto chega para seu pai e lhe fala: “[...] Pai, dá-me a parte dos
bens que me pertence. [...]”. Lc 15:12. Aquele moço pediu para receber a
sua herança antecipada. A bíblia diz que “A herança que no princípio é adquirida às
pressas, no fim não será abençoada.” Pv 20:21. Nós da igreja atual já
pregamos inúmeros sermões acerca do filho pródigo. Quantas vezes nos dirigimos
aos descrentes com esta parábola, mas não atentamos ao fato de que a maioria de
nós encontra-se desgarrada dos apriscos do Santo pastor. Assim como o jovem
personagem do texto, nós também estamos insatisfeitos com o que temos. Buscamos
independência procurando arduamente resolver as coisas segundo a nossa própria vontade
e através de nossos próprios méritos. Já não suportamos mais trabalhar pra
Deus. Já não suportamos o cheiro do campo, o cheiro das ovelhas. Já não
suportamos mais ver o rosto de nossos irmãos. Já não suportamos mais ouvir
ordens de nosso Pai. Queremos fazer as coisas do nosso próprio jeito. Buscamos
desenfreadamente aquilo que é nosso por direito, e não aquilo que é o nosso
dever. Esquecemos que não há herança sem trabalho. Se continuarmos assim,
cairemos num precipício.
O filho pródigo foi-se a uma
terra longínqua, onde gastou todo o seu dinheiro com coisas insignificantes, quando
de repente percebeu que estava sozinho, sem dinheiro, sem amigos, sem alimento
e sem dignidade. Frustrado e sem esperança, passando fome e necessidade, aquele
moço que agora não queria trabalhar nem cuidar do belo rebanho de seu pai,
agora se vê obrigado a humilhar-se à procura de um emprego, e a única opção
disponível era um chiqueiro de porcos. Devemos atentar para o fato de que, se
nós que somos santa igreja do Senhor recusarmos o santo ofício de cuidarmos das
coisas de Deus, poderemos acabar no meio dos porcos. Subtendendo-se que Jesus
estava falando nesta parábola de um jovem judeu, vemos aqui quão grande
humilhação aquele moço enfrentou ao ter como ofício o cuidar de um animal que
lhe era considerado impuro e imundo. Aquele jovem bem sabia que em Israel,
aquele era um serviço reservado aos escravos. Diante de tanta vergonha e
humilhação, ainda no meio da imundície, ele sentiu tanta fome que desejava
alimentar-se da comida desprezível que ele mesmo servia aos porcos. O alimento
que antes lhe era inconcebível, agora lhe acendia o apetite. Aquilo que lhe
parecia imundo, agora lhe estimulava os desejos. Deixe-me dizer-lhe uma forte
verdade: existem aqueles entre nós que já chegaram a uma situação tão caótica
que perderam completamente a noção e o sentido das coisas. Homens, mulheres,
líderes e até mesmo denominações inteiras que apreciam aquilo que a bíblia
afirma ser imundo. Grande parte da igreja atual está se alimentando de bolotas,
e o pior de tudo é que não percebem que o que estão ingerindo vai contra a
conduta cristã e lhe causa danos difíceis de reparar.